Dr. Alberto da Silva Moreira (PUC Goiás)
Dr. Allan Coelho (USF)
Dr. Lauri Wirth (UMESP)
A lógica de expansão do capitalismo inclui apoderar-se e explorar todos os recursos da “natureza”: ferro, ouro, petróleo, lítio, água, ar, calor e frio e logo também os recursos da lua e dos planetas. Mas a propriedade de terras, fábricas, tecnologias e recursos naturais não basta para satisfazer a necessidade de expansão e controle. Para garantir sua reprodução ampliada o capital se engaja também na colonização das almas. O capitalismo deve ser capaz de formar e controlar as pessoas por dentro, deve produzir subjetividades que lhe sejam conformes. As pessoas devem internalizar o consumo de mercadorias não apenas como algo normal e cotidiano, mas como único horizonte possível de existência. Para garantir o governo das almas, o capitalismo precisa ser visto como a realização de todas as necessidades e desejos humanos. Esse processo “pedagógico” começa na infância e segue pela juventude adentro. Como isso é possível? Segundo C. Türcke a sociedade capitalista é sobretudo uma “sociedade das sensações”, que manipula emoções, sentimentos e a própria economia libidinal. O capitalismo produz encantamento, comoção interior, prazer, tudo o que o conceito grego de Aisthesis (estética) incluía. Porque mercadorias de alta tecnologia, celulares e jogos eletrônicos exercem verdadeiro fascínio, prazer e mesmo dependência psíquica sobre adolescentes e jovens? Como pensar a formação das subjetividades juvenis em interação com as dinâmicas do sistema econômico? Estas são algumas das preocupações que motivam este grupo de trabalho. O GT acolhe contribuições que discutam as intersecções entre mercado e formação da subjetividade dos jovens, as pretensões estéticas e religiosas do capitalismo, as experiências de transcendência da juventude ligadas à estética e ao consumo.