Este minicurso tem como objetivo explorar as ações do papado e da Cristandade medieval diante das incursões militares dos mongóis na Europa durante o século XIII. Focaremos nos primeiros relatos latinos sobre os mongóis a partir da década de 1230 até as iniciativas do papa Inocêncio IV (1243-1254), que enviou um embaixador ao Canato. Analisaremos como os cristãos que estabeleceram contato com os mongóis percebiam esses inimigos antes e depois das invasões, e quais foram as respostas políticas e militares da Igreja. Além disso, discutiremos o impacto das incursões mongóis, como a devastação na Hungria, no contexto dos desafios enfrentados pela Igreja na década de 1240. O concílio de Lyon de 1245, que tratou da ameaça mongol, da destituição do imperador Frederico II e da preparação para uma nova Cruzada, será examinado como um esforço coletivo da Cristandade em crise. Fontes documentais, como os relatos de frei Juliano, a Epístola do Lamento Pesaroso sobre a Destruição do Reino da Hungria pelos Tártaros de Mestre Rogério, o testemunho de Pedro da Rússia, serão utilizadas para aprofundar a análise. Este curso pretende proporcionar uma compreensão para uma conjuntura crucial do século XIII. Os relatos dos autores de nossas fontes fornecem um quadro interessante sobre como diferentes regiões e autoridades se relacionaram com a “tempestade mongol” no medievo e como se iniciou o levantamento de informações acerca daqueles povos.